An ecological study that assessed the frequency of suicides in Brazil in the 14-65 age group, with data reported on the MIS. Objectives: to describe the time-trend of suicides during the period 2010-19, and evaluate the socio-occupational profile of occurrences, exploring aspects connecting suicide and work. We analyzed the percentage distribution, proportional percentage variation (PPV) estimates, and mortality rates (MRs), with population data from IBGE, RAIS, and occupation surveys. Between 2010-19, suicides showed a sustained upward trend (global PPV = 60.1%) which was higher in men (PPV = 62.8%) than women (PPV = 51.4%). The MR was 8.1 suicides/100,000 people of a working age. The risk of suicide was 3.5 times higher in men than women. In 2019, the MR among self-declared indigenous people (19.5/100,000) and agricultural workers (21.7/100,000) is highlighted. Hanging was the most commonly used method (71.4%). The evolution of suicide and accentuated vulnerability in the self-declared indigenous population and agricultural workers is of great concern. The expansion of affected occupations is also highlighted, indicating its dissemination and relevance for attention to characteristics of surveillance work and the control of suicide.
Estudo ecológico que avaliou a frequência de suicídios no Brasil na faixa etária de 14-65 anos com dados notificados no SIM. Objetivos: descrever a tendência temporal de suicídios no período 2010-2019 e avaliar o perfil sócio-ocupacional das ocorrências, explorando aspectos que conectem suicídio e trabalho. Analisou-se a distribuição percentual, estimativas de variação percentual proporcional (VPP) e taxas de mortalidade (TM), com dados populacionais do IBGE, RAIS e inquéritos de ocupação. Entre 2010-2019, os suicídios apresentaram tendência crescente sustentada (VPPglobal = 60,1%; maior em homens (VPP = 62,8%) do que em mulheres (VPP = 51,4%). A TM foi de 8,1 suicídios/100.000 pessoas em idade ativa. O risco do suicídio foi 3,5 vezes maior em homens do que em mulheres. Em 2019, destaca-se a TM entre autodeclarados indígenas (19,5/100 mil) e em trabalhadores da agricultura (21,7/100 mil). O enforcamento foi o método mais utilizado (71,4%). Observa-se evolução preocupante do suicídio e vulnerabilidade acentuada na população autodeclarada indígena e em trabalhadores da agricultura. Ressalta-se ainda ampliação de ocupações afetadas, apontando sua disseminação e a relevância da atenção às características do trabalho na vigilância e controle do suicídio.