This study aimed to describe the prevalence of leprosy and verify the factors associated with multibacillary clinical types in a Family Health Strategy priority setting to control and monitor the disease in northeastern Brazil. This cross-sectional study used data from the Notifiable Diseases Information System related to leprosy cases notified in Imperatriz, Maranhão, between 2008 and 2017. The prevalence was determined yearly and for the period. Poisson regression models with a significance level of 5% were employed to associate the variables and the multibacillary clinical types. Most of the 2,476 leprosy cases analyzed referred to multibacillary clinical types. The prevalence ranged from 7.8 and 15.6/10,000 inhabitants, with high and very high endemicity levels. The variables male, age groups between 30 and 59 years and ≥60 years, schooling <8 years, level 2 physical disability, types 1 and 2 reactive episodes, and urban residence area showed significant associations (p≤0.05) with multibacillary clinical types. Such findings can serve as a basis for elaborating and implementing leprosy control and surveillance measures, gearing actions to the most vulnerable groups, and becoming more effective.
Este estudo objetivou descrever a prevalência da hanseníase e verificar os fatores associados às formas clínicas multibacilares em cenário da Estratégia Saúde da Família, prioritário para o controle e a vigilância da doença no nordeste brasileiro. Trata-se de estudo transversal, que utilizou dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação relativos aos casos de hanseníase notificados em Imperatriz, Maranhão, entre 2008 e 2017. Determinaram-se as prevalências a cada ano e para o período. Para associar as variáveis e as formas clínicas multibacilares, utilizaram-se modelos de regressão de Poisson, com nível de significância de 5%. Dos 2.476 casos de hanseníase analisados, a maioria referiu-se às formas clínicas multibacilares. A prevalência variou entre 15,6 e 7,8/10 mil habitantes, encontrando-se níveis alto e muito alto de endemicidade. As variáveis sexo masculino, faixas etárias entre 30 e 59 anos e ≥60 anos, escolaridade <8 anos, grau 2 de incapacidade física, episódio reacional tipos 1 e 2 e zona de residência urbana apresentaram associações significativas (p≤0,05) com as formas clínicas multibacilares. Tais achados podem servir de base para elaboração e implementação de medidas de controle e vigilância da hanseníase, direcionando as ações para os grupos mais vulneráveis e tornando-se mais efetivas.