Angiotensin converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers are first line drugs in the treatment of hypertension. The aim of this review was to assess if there are differences between these drug classes regarding the prevention of total mortality, occurrence of cardiovascular events and of adverse effects. A systematic review and metanalysis was performed, searching for studies that compare angiotensin converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers face-to-face, in several databases until July 2014. The study selection and data extraction were performed by 2 independent researchers. Nine studies were included, with a total of 10 963 participants, 9 398 of which participated in the same study and had high cardiovascular risk. No differences were observed regarding total mortality, cardiovascular mortality or total cardiovascular events. A slightly smaller risk was observed with angiotensin receptor blockers regarding withdrawal due to adverse effects (55 people were needed to be treated with angiotensin receptor blockers for 4.1 years to avoid one withdrawal due to adverse effect), mainly due to the occurrence of dry cough with angiotensin converting enzyme inhibitors. Thus, no differences were observed between angiotensin converting enzyme inhibitors and angiotensin receptor blockers in the prevention of total mortality and cardiovascular events, and angiotensin receptor blockers were better tolerated. Given the large proportion of participants with a high cardiovascular risk, the generalization of these results to other populations is limited.
Os inibidores da enzima de conversão da angiotensina e os antagonistas do receptor da angiotensina são fármacos de primeira linha no tratamento da hipertensão arterial. O objectivo desta revisão foi avaliar se existem diferenças entre estas classes farmacológicas na prevenção de mortalidade total, ocorrência de eventos cardiovasculares e ocorrência de efeitos adversos. Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise, pesquisando estudos que comparassem directamente inibidores da enzima de conversão da angiotensina e antagonistas do receptor da angiotensina em diversas bases de dados até Julho de 2014. A selecção dos estudos e extracção de dados foram realizadas por dois investigadores de forma independente. Foram incluídos nove estudos, com um total de 10 963 participantes, dos quais 9 398 provêm do mesmo estudo, que incluiu apenas participantes com alto risco cardiovascular. Não se verificaramdiferenças quanto a mortalidade total, quanto a mortalidade de causa cardiovascular, nem quanto a eventos cardiovascularestotais. Verificou-se um risco ligeiramente menor para os antagonistas do receptor da angiotensina quanto à exclusão de participantes por efeitos adversos (necessário tratar 55 pessoas com antagonistas do receptor da angiotensina durante 4,1 anos para evitar uma exclusão por efeito adverso), principalmente devido à ocorrência de tosse seca com os inibidores da enzima de conversão da angiotensina.Assim, não se encontraram diferenças entre inibidores da enzima de conversão da angiotensina e antagonistas do receptor da angiotensina na prevenção de mortalidade total e eventos cardiovasculares, tendo os antagonistas do receptor da angiotensina apresentado melhor tolerabilidade. Dada a grande proporção de participantes com alto risco cardiovascular, a generalização destes resultados a outras populações é limitada.